quinta-feira, 26 de maio de 2011

Feijão Fradinho Contra Câncer de Mama

Pesquisadora descobre alternativa para o tratamento do câncer de mama

Molécula extraída do feijão-de-corda teve boa resposta contra células cancerígenas

Henrique Bolgue - Da Secretaria de Comunicação da UnB (UNB Agência)



Pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília descobriram no popular feijão-de-corda uma nova alternativa para o tratamento do câncer de mama. Estudo conduzido pela pesquisadora Sônia de Freitas em parceria com o professor Ricardo de Azevedo, do Departamento de Morfologia, mostra que uma molécula encontrada naquele grão, chamada BTCI, mata células cancerígenas sem agredir células sadias. A observação foi feita na dissertação da aluna Graziella Joanitti que realizou testes in vitro, com a presença de BTCI em uma baixa concentração (400 micromolar).

Resultado de oito anos de estudos com a BTCI (black eyed-pea Trypsin Chymotripsin inhibitor), no futuro, a descoberta pode garantir um tratamento com menos efeitos colaterais que os adotados atualmente, como a radioterapia e a quimioterapia, tratamentos que não são tão seletivos e podem causar a morte de células sadias (veja ilustração abaixo). “Por ser um produto natural ele pode ser uma alternativa com menos efeitos colaterais”, afirma Sônia. A doença acomete 49 mulheres em cada 100 mil no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer.


Marcelo Jatobá/UnB Agência


A BTCI é de uma classe de substâncias importantes em diversos eventos celulares, como resposta na infecção por bactérias e fungos e na coagulação. Sônia explica que o câncer regride porque a BTCI causa a fragmentação do DNA das células doentes, altera a integridade da membrana e do núcleo e cria estruturas que digerem o conteúdo das células, como os lissosomos e os autofagosomos.

Os estudos mostram ainda outras propriedades importantes da molécula. Ela inibe a atividade de três enzimas, tripsina, caspase e a quimotripsina-like do proteassoma, um complexo de proteína que está relacionado à regulação do ciclo celular, tema de dissertação da aluna Larissa Souza. “O proteassoma é peça fundamental na divisão de células cancerígenas”, esclarece Sônia.

A pesquisadora estima que serão necessários pelo menos quatro anos para realizar estudos clínicos. Como se trata de uma molécula de alta estabilidade, a BTCI pode ser facilmente administrada, inclusive por via oral. Uma coletânea dos estudos sobre a BTCI, que contou com apoio de diversos pesquisadores, foi apresentada no 1º seminário de medicina translacional, realizado na UnB no começo deste mês.

HISTÓRIA – Um dos principais pontos para o sucesso da pesquisa foi o profundo conhecimento adquirido em 40 anos de pesquisa do professor emérito da UnB, Manuel Mateus Ventura. Vindo de Fortaleza, capital do Ceará, ele trouxe o conhecimento sobre o feijão-de-corda e criou a pós-graduação de Biologia Celular da UnB, onde estudou a BTCI junto com Sônia, que hoje coordena o laboratório.

De acordo com a pesquisadora, este conhecimento proporcionou um estudo aprofundado. “É uma pesquisa vertical. Iniciou-se com a purificação e a caracterização da molécula e hoje já estamos com a estrutura atômica, obtida a partir de dados do cristal da proteína coletados no Laboratório Nacional de Luz Sincroton, em Campinas", diz Sônia. Ela explica que, ao conhecer a estrutura da molécula, pode-se predizer mecanismos celulares e consequentemente a função biológica destes.

Alunos de doutorado e mestrado continuarão o estudo. Um deles, em colaboração com Ricardo Bentes e a aluna Graziella Joanitti, investiga a ação da molécula encapsulada em camundongos com câncer. Outro, em colaboração com Luciano Paulino, Marcelo Bemquerer e o Manasses Fonteles, estuda a ação do BTCI em relação à hipertensão.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Espinheiras-santas do Brasil

O gênero Maytenus Molina é um dos maiores da família Celastraceae, abrangendo 200 espécies. Esse gênero é predominantemente sulamericano, e muitas de suas espécies são usadas na medicina popular da América do Sul na forma de infusões ou decocções, devido às suas atividades analgésica, antiinflamatória e antiulcerogênica. No Brasil é encontrado o maior centro de diversidade específica do gênero1 e algumas dessas plantas, utilizadas na etnomedicina brasileira encontram-se relacionadas na tabela a seguir. Diversas espécies de Maytenus já foram estudadas e tiveram suas atividades farmacológicas comprovadas2.

Plantas do gênero Maytenus utilizadas na etnomedicina brasileira

Espécie

Nome Popular

Parte

Forma/uso

Indicação

ref

Maytenus

acanthophylla

Espinheira santa

Folhas

Decocção/oral

Gastrite, úlcera,

3

Pau-de-Jararaca

Folhas

Infusão/oral

Digestivo,

3

antisséptico,

3

antiinflamatório.

3

Folhas

Decocção/banho

Infecções urogenitais.

3

M. ilicifolia.

Espinheira santa

Folhas

Decocção/oral

Gastrite, úlcera.

4, 5

Espinhos-de-deus

Folhas

Infusão ou decocção/oral

Reumatismo, febre, disturbios, gastrointestinais.

6

Folhas

Decocção/oral

Digestivo e antiespasmódico.

7

Raiz

Decocção/oral

Contraceptivo.

8

Folhas

Decocção/oral

Anticâncerigeno.

9

Flores

Decocção/oral

Antiinflamatório.

10

M. salicifolia

Cafezinho

Folhas

Decocção/banho

Pruridos e alergias cutâneas.

11

Folhas

Decocção/oral

Úlceras estomacais.

11

M. truncata

Espinheira santa

Folhas

Decocção/oral

Gastrite, úlcera.

12, 13

M. aquifolium

Espinheira santa

Folhas

Decocção/oral

Analgésica e antiulcerogênica.

14

M. obtusifolia

Carne-de-anta;

Carrancudo;

Bom-nome

Folhas

Decocção/oral

Úlceras,

inflamações,

câncer.

2

M. robusta

Piriquiteira15

Folhas

Decocção/oral

Úlceras estomacais.

16

M. boaria

Coração de bugre

Folhas

Chá/oral

Febre.

15

M. rigida

Bom-homem, Pau-de-colher

Casca do Caule

Decocção/oral

Antiinflamatória, antiúlcera, antidiarréica.

17

As espécies Maytenus acantophylla e M. truncata ocorrem na região Sudoeste da Bahia e são chamadas de espinheira-santa.

Referências

1. Carvalho-Okano, R. M. d., Maytenus littoralis Carvalho-Okano (Celastraceae),uma nova espécie para o Brasil. Hoehnea 2005, 32, (3), 467-469.

2. Mota, K. S. D.; Pita, J.; Estevam, E. C.; Medeiros, V. M.; Tavares, J. F.; Agra, M. D.; Diniz, M.; da Silva, M. S.; Batista, L. M., Evaluation of the toxicity and antiulcerogenic activity of the ethanol extract of Maytenus obtusifolia Mart. leaves. Revista Brasileira De Farmacognosia-Brazilian Journal of Pharmacognosy 2008, 18, (3), 441-446.

3. de Oliveira, D. M.; Salazar, G. d. C. M.; Sousa, S. B., Estudo Etnobotânico da Microregião de Jequié - Bahia - Etapa I (Painel). In III Jornada Paulista de Plantas Medicinais-CBPQPA/Unicamp, 1997, Campinas. III Jornada Paulista de Plantas Medicinais-CBPQPA/Unicamp e I Encontro Racine de Fitoterapia e Fitocosmética., UNICAMP: Campinas, 1997.

4. Carlini, E. A. M. L.; Braz, S., Efeito protetor do liofilizado obtido do abafado de Maytenus sp. (espinheira-santa) contra a úlcera gástrica experimental em ratos. In: Carlini, E. Estudo de ação antiúlcera gástrica de plantas brasileiras (Maytenus ilicifolia "espinheira-santa" e outras). In Programa de pesquisa de plantas medicinais, Saúde, M. d., Ed. CEME/AFIP: 1988.

5. Corrêa, M. P., Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Ministério da Agricultura: Rio de Janeiro, 1984; Vol. 6, p 133-135.

6. Ohsaki, A.; Imai, Y.; Naruse, M.; Ayabe, S.; Komiyama, K.; Takashima, J., Four new triterpenoids from Maytenus ilicifolia. Journal of Natural Products 2004, 67, (3), 469-471.

7. Balbach, A., A Flora Nacional na Medicina Doméstica. 11th ed.; São Paulo, 1980; p 885.

8. Itokawa, H.; Shirota, O.; Morita, H.; Takeya, K.; Iitaka, Y., Isolation, structural elucidation and conformational-analysis of sesquiterpene pyridine alkaloids from maytenus-ebenifolia reiss - X-ray molecular-structure of ebenifoline-W-I. Journal of the Chemical Society-Perkin Transactions 1 1993, (11), 1247-1254.

9. Gutierrez, F.; Estevez-Braun, A.; Ravelo, A. G.; Astudillo, L.; Zarate, R., Terpenoids from the medicinal plant Maytenus ilicifolia. Journal of Natural Products 2007, 70, (6), 1049-1052.

10. Alice, C. B.; Siqueira, N. C. S.; Mentz, L. A.; Brasil e Silva, G. A. A.; José, K. F. D., Plantas medicinais de uso popular: atlas farmacognóstico. Ulbra: Canoas, 1995; p 205.

11. Miranda, R. R. S. Estudo fitoquímico e avaliação do potencial farmacêutico de Maytenus salicifolia Reissek (Celastraceae). UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil, 2007.

12. Silva, J. L.; Silva, R. P.; Jorge, R. M.; Silva, G. D. F.; Vieira Filho, S. A.; Fonseca, A. P. N. D.; Tagliati, C. A., Avaliação da atividade antiulcerogênica da Maytenus truncata Reiss (Celastraceae). Revista Brasileira de Farmacognosia 2005, 15, 30-35.

13. Salazar, G. d. C. M. Maytenus truncata Reissek: Estudo Fitoquímico: Análises Histológica e da Capacidade Sortiva de Folhas e Avaliação de Atividade Biológica de Extratos. Tese, UFMG, Belo Horizonte, 2005.

14. Gonzalez, F. G.; Portela, T. Y.; Stipp, E. J.; Di Stasi, L. C., Antiulcerogenic and analgesic effects of Maytenus aquifolium, Sorocea bomplandii and Zolernia ilicifolia. Journal of Ethnopharmacology 2001, 77, (1), 41-47.

15. UFSM - Inventário Florístico. http://coralx.ufsm.br/ifcrs/index.php (20/08/2009),

16. de Andrade, S. F.; Lemos, M.; Comunello, E.; Noldin, V. F.; Filho, V. C.; Niero, R., Evaluation of the antiulcerogenic activity of Maytenus robusta (Celastraceae) in different experimental ulcer models. Journal of Ethnopharmacology 2007, 113, (2), 252-257.

17. Rocha, C. S. d.; Pimentel, R. M. d. M.; Randau, K. P.; Xavier, H. S., Morfoanatomia de Folhas de Maytenus rigida Mart. (Celastraceae); uma Espécie Utilizada Como Medicinal no Nordeste do Brasil. Acta Farm. Bonaerense 2004, 23, ( 4), 472-6.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

2011 - ANO MUNDIAL DA QUÍMICA

“I welcome the opportunity to celebrate chemistry, one of the fundamental sciences,” said the Director-General of UNESCO, Koïchiro Matsuura.
"Congratulo-me com a oportunidade de comemorar a Química, uma das ciências fundamentais", disse o director-geral da UNESCO, Koichiro Matsuura.

O ano de 2011 foi proclamado pela 63ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional da Química.

100 ANOS DO NOBEL DE QUÍMICA À MARIE CURIE! VIVA AS QUÍMICAS!


Os químicos brasileiros, durante todo o ano de 2011, devemos promover eventos para que mais pessoas despertem para a Química e entendam a sua importância para o bem-estar da sociedade . Reconheçam nos químicos a capacidade para resolver problemas, tais como, o de criar energias alternativas, produzir alimentos, remédios, educar para vida sem desperdícios, etc.

PROFESSORES, PROFISSIONAIS DE QUÍMICA, ESTUDANTES - O MUNDO ESTÁ PRECISANDO DE MAIS QUÍMICOS!

A sociedade do século XXI precisará cada vez mais saber como usar melhor a energia e a matéria. Pois, viva a Química. Viva os químicos!
EVENTO NA QUIMICA EM JEQUIÉ
IV Semana de Química da UESB, cujo tema do evento será “O Papel da Química no Desenvolvimento do Sudoeste da Bahia” será realizada no Campus de Jequié entre os dias 15 e 18 de junho de 2009.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Vitamina C



Determinação de Vitamina C em alimentos

Experimento desenvolvido em aula prática com a turma P1 de Bases Química para Biologia (BQB-P1). Experimento fácil e de baixo custo que forneceu uma ótima oportunidade para o aprendizado de reações químicas de oxi-redução, importância bioquímica da vitamina C, nutrição e saúde!

A vitamina C, também conhecida como ácido L-ascórbico (L-AA), foi isolada pela primeira vez em 1922, pelo pesquisador húngaro Szent-Györgi. Alguns mamíferos como o homem, o macaco, a cobaia, diferentemente da maioria dos animais não sintetizam a vitamina C, têm que adquiri-la nos alimentos. No nosso organismo a vitamina C está relacionada com a formação do tecido conjuntivo e é um excelente antioxidante que pode atuar nas células evitando o envelhecimento precoce provocado pelos temíveis radicais livres. O prêmio Nobel Linus Pauling recomendava o consumo diário de pelo menos três gramas desta vitamina em sua polêmica proposta de tratamento ortomolecular para evitar doenças degenerativas como o câncer. O L-AA é muito usado na indústria de alimentos como conservante e antioxidante.

Resultados

Malpighia glabra L.

Equivalente a 1 g de acerola: 7 g de caju, 57 g de abacaxi, 19 g de goiaba, 57 g de umbu


Experimental

Reagentes utilizados: Um comprimido efervescente de vitamina C diluído em 1 L de água (solução padrão, 1 g de L-AA), solução de iodo a 1% em etanol (agente titulante, 200 ml), cinco pacotes com polpas de frutas congeladas (amostras, 100 g) e amido de milho suspenso em 200 mL água a 50 graus Celsius (indicador, 2 g).

Os pacotes de polpas, ainda congelados, foram diluídos em 500 mL de água. Alíquotas de 25 mL das amostras foram previamente preparadas com a adição de 5 mL de suspensão de amido e em seguida tituladas com a solução de iodo através de buretas volumétricas . As análises foram iniciadas imediatamente após a dissolução dos sucos para evitar a oxidação da vitamina C pelo oxigênio do ar.

A quatidade de L-AA nas amostras foi calculada através da relação entre os volumes de solução de iodo gastos para atingir a cor azul em 25 mL de amostra e em 25 mL de solução padrão.





Amostras de sucos de frutas antes (A) e depois de analisadas (B)

Discussão

A reação de L-AA com iodo é do tipo oxi-redução (1). A determinação do final da reação foi feita pela mudança de coloração da amostra de suco de frutas para azul escuro através da clássica reação de amido com iodo (2). Essa mudança de coloração ocorreu quando o amido adicionado ao suco de fruta reagiu com o excesso de iodo e todo o conteúdo de L-AA na amostra foi convertido a ácido dehidroascórbico, no final da reação (1).

Reação de oxi-redução: C6H8O6 + I2 -> C6H6O6 + 2H+ + 2I- (1)

[ácido ascórbico + iodo => ácido dehidroascórbico]


Complexação: I- + I2 -> I3- + amido -> complexo [I3--amido] (azul escuro) (2)

Conclusões

A acerola foi a fruta que apresentou o maior teor de vitamina C (1353 mg/100 g de suco).

Os resultados obtidos pelos alunos de BQB-P1 foram excelentes considerando o caráter eminentemente didáctico do procedimento. Na literatura e em sites especializados encontramos valores do teor de ácido ascórbico determinado para muitas frutas e por vários métodos analíticos. Apenas para comparação, anotamos os valores relatados para frutas de gênero ou espécies semelhantes às que foram estudadas nesse experimento: Malpighia glabra L. (acerola, 1660 mg/g), Anacardium occidentale L.(caju, 200 mg/g); Ananas comosus L. Merril (abacaxi, 61 mg/100g); Psidium guajava L. (goiaba vermelha, 67 mg/g) e Spondias tuberosa Arruda (umbu, 33 mg/g). Fontes: http://www.todafruta.com.br e http://www.emedix.com.br (visitados em 26/04/09). É importante ressaltar que o teor de ácido ascórbico nas frutas varia muito com a variedade do cultivar, época do ano, condições climáticas e o tempo de colheita.

Pagar caro por fármacos à base de vitamina C é uma opção discutível no nosso Brasil repleto de frutas tropicais ricas deste princípio activo, principalmente no Nordeste.

Referências

  1. SILVA, R R; FERREIRA; G A L E SILVA, S L. À Procura da Vitamina C, Química Nova na Escola, São Paulo, n.2, p. 1-2, nov. 1995.
  2. FIORUCCI, A R, SOARES, M H F B e CAVALHEIRO, E T G. A importancia da vitamina C na sociedade através dos tempos, Química Nova na Escola, São Paulo, n.17, p. 3-7, mai. 2003.

sábado, 11 de abril de 2009

Feliz Páscoa


A Profa. Dra. Vanderlúcia me mandou este chocolate e eu resolvi compartilhar com todos! Feliz Páscoa. É bom lembrar que o chocolate não é uma guloseima qualquer, os constituintes químicos dos chocolates são bastante interessantes e podem vir a ser assunto deste espaço. A teobromina, por exemplo, é um alcalóide com ação estimulante que nos deixa mais animados e enxergando melhor as cores em nossa volta. Na medicina a teobromina é usada por apresentar atividades, tais como vasodilatadora, broncodilatadora, diurética e cardioactiva. Administrada em cavalos o efeito estimulante é mais potente e é considerado como dopping em corridas competitivas.
Teobromina (fonte: Wikipédia)

Feliz Páscoa!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Prática Química Geral II: Cinética

Prática de Cinética Química: Velocidade média e cálculo da ordem de ligação da reação entre tiossulfato e ácido súlfúrico

Reação: S2O32-(aq) + H2SO4(aq) -> S(s) + SO2(g) + H2O(l). O enxofre turva a solução e permite anotar o tempo de reação.

TEORIA:
Velocidade da reação: V = k[A]m[B]n

Considerando que temos as concentrações iniciais dos reagentes e que a concentração em relação ao ácido é constante: V = Vo = DC/Dt, onde Dt é uma quantidade de tempo decorrida do início da reação e DC é o tiossulfato gasto nesse tempo para formar uma quantidade constante, mesmo que desconhecida de enxofre (S).

Fazendo [B] = constante, temos:
Vo = DC/DT = k1[A]mk2
Aplicando logaritmos teremos: ln(Vo) = ln(DC)-ln(Dt) = m ln([A] + n ln(k1) + ln(k2)
Que pode ser reescrita como, porque ln(Vo) é proporcional a ln(1/Dt), ln(1/Dt) = m ln([A] + ln(k'). Esta equação é definida por uma reta do tipo y = mx + b.

A curva obtida plotando-se os valores de ln([S2O32-]) versus ln(1/t), ajustada para uma reta, fornece como inclinação o valor de m, ordem da reação em relação ao tiossulfato. A ordem da reação em relação ao ácido pode ser determinada de modo análogo fazendo a concentração do tiossulfato constante.

Referência: GIESBRECHT, E (coord.). Experiências de Química, Ed. Moderna, 1979.

Abaixo observamos a curva ln([S2O32-]) x ln(1/t) em relação a variação da concentração do tiossulfato obtida experimentalmente pela turma Geral II/P2 (UESB):
Obs: Conc. inicial de tiossulfato = 0,3 mol.l-1 e [H+] = 0,3N.
A ordem real desta reação em relação ao ácido sulfúrico é 0,5 e em relação ao tiossulfato é 1,2. O erro experimental (m=1,091) em relação ao tiossulfato foi de apenas 9.1%. A ordem da reação em relação ao ácido pode ser determinada de modo análogo fazendo a concentração do tiossulfato constante.