O gênero Maytenus Molina é um dos maiores da família Celastraceae, abrangendo 200 espécies. Esse gênero é predominantemente sulamericano, e muitas de suas espécies são usadas na medicina popular da América do Sul na forma de infusões ou decocções, devido às suas atividades analgésica, antiinflamatória e antiulcerogênica. No Brasil é encontrado o maior centro de diversidade específica do gênero1 e algumas dessas plantas, utilizadas na etnomedicina brasileira encontram-se relacionadas na tabela a seguir. Diversas espécies de Maytenus já foram estudadas e tiveram suas atividades farmacológicas comprovadas2.
Plantas do gênero Maytenus utilizadas na etnomedicina brasileira
Espécie | Nome Popular | Parte | Forma/uso | Indicação | ref |
Maytenus acanthophylla | Espinheira santa | Folhas | Decocção/oral | Gastrite, úlcera, | 3 |
Pau-de-Jararaca | Folhas | Infusão/oral | Digestivo, | 3 | |
antisséptico, | 3 | ||||
antiinflamatório. | 3 | ||||
Folhas | Decocção/banho | Infecções urogenitais. | 3 | ||
M. ilicifolia. | Espinheira santa | Folhas | Decocção/oral | Gastrite, úlcera. | 4, 5 |
Espinhos-de-deus | Folhas | Infusão ou decocção/oral | Reumatismo, febre, disturbios, gastrointestinais. | 6 | |
Folhas | Decocção/oral | Digestivo e antiespasmódico. | 7 | ||
Raiz | Decocção/oral | Contraceptivo. | 8 | ||
Folhas | Decocção/oral | Anticâncerigeno. | 9 | ||
Flores | Decocção/oral | Antiinflamatório. | 10 | ||
M. salicifolia | Cafezinho | Folhas | Decocção/banho | Pruridos e alergias cutâneas. | 11 |
Folhas | Decocção/oral | Úlceras estomacais. | 11 | ||
M. truncata | Espinheira santa | Folhas | Decocção/oral | Gastrite, úlcera. | 12, 13 |
M. aquifolium | Espinheira santa | Folhas | Decocção/oral | Analgésica e antiulcerogênica. | 14 |
M. obtusifolia | Carne-de-anta; Carrancudo; Bom-nome | Folhas | Decocção/oral | Úlceras, inflamações, câncer. | 2 |
M. robusta | Piriquiteira15 | Folhas | Decocção/oral | Úlceras estomacais. | 16 |
M. boaria | Coração de bugre | Folhas | Chá/oral | Febre. | 15 |
M. rigida | Bom-homem, Pau-de-colher | Casca do Caule | Decocção/oral | Antiinflamatória, antiúlcera, antidiarréica. | 17 |
As espécies Maytenus acantophylla e M. truncata ocorrem na região Sudoeste da Bahia e são chamadas de espinheira-santa.
Referências
1. Carvalho-Okano, R. M. d., Maytenus littoralis Carvalho-Okano (Celastraceae),uma nova espécie para o Brasil. Hoehnea 2005, 32, (3), 467-469.
2. Mota, K. S. D.; Pita, J.; Estevam, E. C.; Medeiros, V. M.; Tavares, J. F.; Agra, M. D.; Diniz, M.; da Silva, M. S.; Batista, L. M., Evaluation of the toxicity and antiulcerogenic activity of the ethanol extract of Maytenus obtusifolia Mart. leaves. Revista Brasileira De Farmacognosia-Brazilian Journal of Pharmacognosy 2008, 18, (3), 441-446.
3. de Oliveira, D. M.; Salazar, G. d. C. M.; Sousa, S. B., Estudo Etnobotânico da Microregião de Jequié - Bahia - Etapa I (Painel). In III Jornada Paulista de Plantas Medicinais-CBPQPA/Unicamp, 1997, Campinas. III Jornada Paulista de Plantas Medicinais-CBPQPA/Unicamp e I Encontro Racine de Fitoterapia e Fitocosmética., UNICAMP: Campinas, 1997.
4. Carlini, E. A. M. L.; Braz, S., Efeito protetor do liofilizado obtido do abafado de Maytenus sp. (espinheira-santa) contra a úlcera gástrica experimental em ratos. In: Carlini, E. Estudo de ação antiúlcera gástrica de plantas brasileiras (Maytenus ilicifolia "espinheira-santa" e outras). In Programa de pesquisa de plantas medicinais, Saúde, M. d., Ed. CEME/AFIP: 1988.
5. Corrêa, M. P., Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Ministério da Agricultura: Rio de Janeiro, 1984; Vol. 6, p 133-135.
6. Ohsaki, A.; Imai, Y.; Naruse, M.; Ayabe, S.; Komiyama, K.; Takashima, J., Four new triterpenoids from Maytenus ilicifolia. Journal of Natural Products 2004, 67, (3), 469-471.
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8. Itokawa, H.; Shirota, O.; Morita, H.; Takeya, K.; Iitaka, Y., Isolation, structural elucidation and conformational-analysis of sesquiterpene pyridine alkaloids from maytenus-ebenifolia reiss - X-ray molecular-structure of ebenifoline-W-I. Journal of the Chemical Society-Perkin Transactions 1 1993, (11), 1247-1254.
9. Gutierrez, F.; Estevez-Braun, A.; Ravelo, A. G.; Astudillo, L.; Zarate, R., Terpenoids from the medicinal plant Maytenus ilicifolia. Journal of Natural Products 2007, 70, (6), 1049-1052.
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11. Miranda, R. R. S. Estudo fitoquímico e avaliação do potencial farmacêutico de Maytenus salicifolia Reissek (Celastraceae). UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil, 2007.
12. Silva, J. L.; Silva, R. P.; Jorge, R. M.; Silva, G. D. F.; Vieira Filho, S. A.; Fonseca, A. P. N. D.; Tagliati, C. A., Avaliação da atividade antiulcerogênica da Maytenus truncata Reiss (Celastraceae). Revista Brasileira de Farmacognosia 2005, 15, 30-35.
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14. Gonzalez, F. G.; Portela, T. Y.; Stipp, E. J.; Di Stasi, L. C., Antiulcerogenic and analgesic effects of Maytenus aquifolium, Sorocea bomplandii and Zolernia ilicifolia. Journal of Ethnopharmacology 2001, 77, (1), 41-47.
15. UFSM - Inventário Florístico. http://coralx.ufsm.br/ifcrs/index.php (20/08/2009),
16. de Andrade, S. F.; Lemos, M.; Comunello, E.; Noldin, V. F.; Filho, V. C.; Niero, R., Evaluation of the antiulcerogenic activity of Maytenus robusta (Celastraceae) in different experimental ulcer models. Journal of Ethnopharmacology 2007, 113, (2), 252-257.
17. Rocha, C. S. d.; Pimentel, R. M. d. M.; Randau, K. P.; Xavier, H. S., Morfoanatomia de Folhas de Maytenus rigida Mart. (Celastraceae); uma Espécie Utilizada Como Medicinal no Nordeste do Brasil. Acta Farm. Bonaerense 2004, 23, ( 4), 472-6.